"Assim como dois pedaços de cera derretidos juntos se tornam um, do mesmo modo o que comunga, de tal sorte está unido a Cristo, que ele vive em Cristo e Cristo vive nele." (São Cirilo de Jerusalém)
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Experiência grande a de ontem e hoje.
Deixar tudo ir e voltar. A primeira ida de muitas?
Ainda bem que a estrada é de fácil acesso e aqui posso ficar. Acho que já me apaixonei pela princesa do sul com seu ritmo calmo, suas ruas quase sem árvores e calçadas, e um "q" de não sei o que se passa na cabeça do que está a meu lado, mas pouco me importa.
Li uns pedaços de um livro na viagem que fiz de ida e volta à minha cidade metropolitana. Interessante descobrir visões sobre o meu mais novo objeto de encanto e descobrimento: minha nova cidade grande... pequena Pelotas.
"É outra a cor dos vegetais das margens; é outra a cor das águas que navegamos. [..] das águas salgadas do mar para a doce do rio. Deslizo agora suavemente [..]. O ar está úmido, a manhã desmaiada.
Desembarco. Tenho pressa de ir fazer reverência a 'Princesa do Sul'.
[...] quando os homens só se interessam pela política, que lhes satisfaz as ambições; ou por especulações que os enriqueçam; ou por vaidades e gozos que afaguem as exigências do seu egoísmo, sempre vivo e ansioso, estes homens trabalham menos pela comunidade do que para si, embora seu esforço, direta ou indiretamente, faça construir belas coisas materiais e anime soberbas criações de arte, que a todos envaidecem ou inebriam.
Tudo isso é inteligência, não é coração.
Quando, porém, acima de todas as preocupações, o homem demonstra suavizar na humanidade o que ela tem de mais triste e mais feio - a doença -, e leva ainda às classes mais desafortunadas o conforto de uma assistência cuidadosa e incansável, então sim, atinge o que na civilização há de mais perfeito, exercendo a caridade pela justiça e o dever pela fraternidade".
(Trecho extraído de Almeida, Júlia Lopes de. Jornadas no meu País. SP: Melhoramentos, 1921 - citado em Magalhães, Mario Osorio. Pelotas a toda prosa - segundo volume 1874 a 1925. Armazém Literário, 2002)
(LUCI - AS CRÔNICAS DE NÁRNIA)
"Você me pergunta pela minha paixão/ Digo que estou encantada com uma nova invenção/ Eu vou ficar nesta cidade, não vou voltar pro sertão/ Pois vejo vir vindo no vento o cheiro da nova estação".
Sim, pois muitas vezes a nossa cidade parece um sertão seco e gelado. Já dizia algum personagem no Pequeno Príncipe: "nunca estamos contentes onde estamos".
Neste momento eu estou, e muito. Abro minha porta, pego a mochila e vou percorrer um mundo na nova estação que me convida.
Já me diria alguém: TORNAR EXTRAORDINÁRIAS AS COISAS ORDINÁRIAS...
 

 
