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By Ferramentas Blog

domingo, 19 de dezembro de 2010

Rezar com os pés.


Rezar com os pés...
O post de hoje dispensa minhas palavras.
O post de hoje é um recomeçar, é um renovar, é ver vida e verdade caminhando lado a lado.
É perceber que minha oração segue sendo com os pés, com as mãos, com minha intensão generosidade.

Porque a medida de amar.. é amar sem medidas!
 
 
Peregrinação de Universitários ao Caminho de Santiago

Caminham em filas ao lado das estradas nacionais, por trilhos de terra batida, atravessando pequenos povoados que antes desconheciam, cruzando horas e horas a paisagem de giestas e silêncio. Têm em português um nome que deriva de uma forma latina: Per ager, que significa “através dos campos”; ou Per eger, “para lá das fronteiras”. Definem-se, assim, por uma extraterritorialidade simbólica que os faz, momentaneamente, viver sem cidade e sem morada. Experimentam uma espécie de nomadismo: não se demoram em parte alguma, comem ao sabor da própria jornada, dormem aqui e ali. Num tempo ferozmente cioso da produção e do consumo, eles são um elogio da frugalidade e do dom. Relativizam a prisão de comodismos, necessidades, fatalismos e desculpas. E o seu coração abre-se à revelação de um sentido maior.
A verdade é que é difícil ter uma vida interior de qualidade, se nem vida se tem, no atropelo de um quotidiano que devora tudo. Na saturação das imagens que nos são impostas, vamos perdendo a capacidade de ver. No excesso de informação e de palavra, esquecemos a arte de ouvir e comunicar vida. Damos por nós, e há, à nossa volta, um deserto sem resposta que cresce. E quando nos voltamos para Deus, parece que não sabemos rezar.
Estes peregrinos que tornam a encher as estradas de Fátima (mas também de Santiago, de Chartres, do Loreto…) assinalam-nos o dever de buscar a estrada luminosa da própria vida. Já não separam a existência por gavetas estanques, mas o seu corpo e a sua alma respiram em uníssono. A oração torna-se natural como uma conversa, e as conversas enchem-se de profundidade, de atenção, de sorrisos. A parte mais importante dos quilómetros que percorrem não está em nenhum mapa: eles caminham para um centro invisível onde pode acontecer o encontro e o renascimento.
Queria dedicar este texto a um amigo que, neste mês de Maio, fez a sua primeira peregrinação. A meio do caminho enviou-me uma mensagem a dizer: «Aprendo a rezar com os pés».
(Pe. José Tolentino Mendonça)
Rezar com os pés...
Um tempo de peregrinação a Santiago de Compostela,
para abrires o coração à revelação de um sentido maior,
para, no final de mais um ano, saltares para lá das fronteiras do teu viver repetido,
para experimentares viver com o essencial, sem coisas supérfluas,
para saboreares o sentido da Vida na vida partilhada,
para fortaleceres a fé no encontro silencioso e orante com Aquele que te dá Vida,
para recomeçares o Ano e com a vida renovada...

E em Dezembro... não vai chover?

Provavelmente vai...

Deixa-te molhar!!!
Oração do Peregrino
Senhor Deus,
peregrino no meio de nós.
Concede-nos a Tua protecção
ao longo do caminho que vamos percorrer.
Que a Tua presença seja:
A luz que nos faz ver o invisível:
O agasalho que defende do frio;
O abrigo que resguarda
da chuva e da tempestade;
A voz que nos fala face a face.
Anima-nos no cansaço,
Socorre-nos nas dificuldades,
Livra-nos dos perigos.
Ensina-nos a vencer os obstáculos da viagem,
a sair do egoísmo
para saborear a alegria da comunhão,
a ver-Te na espantosa beleza do mundo,
a amar-Te nos que caminham connosco.
Ensina-nos a perdoar, a compreender,
a sorrir e a servir.
Guiados por ti, atingiremos a nossa meta
E, reconfortados pela tua graça,
regressaremos sãos e salvos.
Confiados em ti, caminhamos em paz.
Ámen.
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Recomeçar sempre!
Não desistas nunca,
nem quando o cansaço se fizer sentir,
nem quando os teus pés tropeçarem,
nem quando os teus olhos arderem,
nem quando os teus esforços forem ignorados,
nem quando a desilusão te abater,
nem quando o erro te desencorajar,
nem quando a traição te ferir,
nem quando o sucesso te abandonar,
nem quando a ingratidão te desconcertar,
nem quando a incompreensão te rodear,
nem quando a fadiga te prostrar,
nem quando tudo tenha o aspecto de nada,
nem quando o peso do pecado te esmagar.
Invoca o teu Deus, cerra os punhos, sorri...
e recomeça!
(S. Leão Magno)