
VTR!
Hoje me perdoem a filosofia, a divagação, mas há coisas demais aqui dentro das minhas ideias.
Aos 59 minutos do 2o tempo (ou seja, na hora em que ia desligar o pc para ir dormir...), abro os emails e dou de cara com este artigo que diz logo no 1o parágrafo, o que me impulsiona a postar essas palavras:
"a vontade de Jesus coincide com a de Deus Pai e com a obra do Espírito Santo, constitui para o ser humano uma espécie de abraço seguro, forte e doce que o conduz à vida eterna".
O que eu mais queria nesse momento era me dar conta de quão forte é o braço deste meu Amado que quer me conduzir à plena felicidade, mesmo por meios de duras penas, através de instrumentos tão débeis como eu. Sim porque se chego ao céu por meio de umas almas tão santas como eu, também sou meio de levá-las para junto de Deus. Levo e sou levada, a colaboração é mútua.
Amor e sofrimento não são conceitos antagônicos, pelo contrário são uma questão de lógica, de interdependência de sentido. Quem aprende a sofrer, aprende a amar. Quem ama de verdade se submete ao sofrimento daquilo (daquele) que é o objeto do seu amor.
Amor é doação, é entrega, é partilha. Egoísmo, indiferentismo, reservas desnecessárias não traduzem o amor, não abrem portas para ele se aproximar de uma pessoa e aproximar as pessoas.
Se temos medo de ferir, temos medo de curar, temos medo de ver o sofrimento, temos medo de amar.
Até onde amo? Até minha filosofia acabar e eu cansar de escrever poemas? 
A entrega é muito mais pura. Quem sabe um dia eu chegue a me entregar com essa pureza, com essa "indissolução".
Volto ao artigo que escreveu Sua Santidade, o Papa Bento XVI, sobre a vida de um sacerdote da ordem de Sto. Inácio de Loiola. Ele sim fala o que é o amor, quem ama e o que é ser amado.
"os grandes homens de fé que vivem imersos nesta graça, têm o dom de perceber com uma força particular esta verdade e, assim, podem atravessar duras provas, como as atravessou o Padre Tomas Spidlík, sem perder a confiança e conservando, ao contrário, um vivo senso de humor, que é certamente um sinal de inteligência, mas também de liberdade interior".
"Neste aspecto era evidente a semelhança entre nosso chorado Cardeal e o venerável Papa João Paulo II: ambos tinham o dom da ocorrência divertida e a brincadeira, embora quando eram jovens passaram situações difíceis e, em alguns casos, parecidas. A Providência fez que se encontrassem e colaborassem para o bem da Igreja; especialmente para que Ela aprenda a respirar plenamente ‘com seus dois pulmões’, como gostava de dizer o Papa eslavo".
"essa liberdade e essa presença de espírito têm seu fundamento objetivo na ressurreição de Cristo. A esperança e a alegria de Jesus ressuscitado são também a esperança e a alegria de seus amigos, graças à ação do Espírito Santo. Demonstrava-o habitualmente o Padre Tomas Spidlík com sua forma de viver, e seu testemunho se tornava cada vez mais eloqüente com o passar dos anos porque apesar da idade avançada e os inevitáveis achaques seu espírito seguia sendo fresco e jovem. O que é isso senão a amizade com o Senhor Ressuscitado?".
Ao escolher como lema de seu escudo cardinalício, "Ex todo corde": com todo o coração, o Cardeal, sublinhou o Papa Bento, "punha, por dizer assim, sua vida dentro do mandamento do amor, inscrevia-a no primado de Deus e da caridade". As palavras "phos" e "zoe" -"luz" e "vida"-, que se encontram no escudo, "são nomes de Deus. Portanto, o ser humano que acolhe plenamente, ‘ex todo corde’, o amor de Deus, acolhe a luz e a vida, e é à sua vez luz e vida na humanidade e no universo".
Finalmente o Papa recordou que o Cardeal Spidlík era membro da Companhia de Jesus, "quer dizer, um filho espiritual daquele São Ignácio que pôs no centro da fé e da espiritualidade a contemplação de Deus no mistério de Cristo. Neste símbolo do coração se encontram Oriente e Ocidente, em um sentido não devoto, mas profundamente cristológico".
Que dá fé brote a pureza da minha intenção, o fruto das obras que faço, das coisas que construo por minhas orações, palavras e atitudes.
Que meu desejo seja concreto, reto, não engane, mas esclareça quem me interroga.
Enganar alguém é, no fundo, apesar de todas possibilidades de erro, enganar somente uma pessoa: eu mesmo. 
A esperança e a alegria de Jesus ressuscitado são também a esperança e a alegria de seus amigos, graças à ação do Espírito Santo. 
Creio, mas aumenta minha fé. 
Espero, mas aprofunda minha esperança. 
Te amo, mas purifica meu amor. 
"Meu Deus eu creio, adoro, espero e vos amo, peço-vos por aqueles que não creem, não adoram, não esperam e não vos amam"
Ad Majorem Dei Gloriam!
(Tudo para maior glória de Deus).
Fonte do texto grifado atribuído ao Santo Padre:
Funerais do Cardeal Spidlik - "
Vontade de Cristo para o homem é abraço seguro que o leva a vida eterna, diz o Papa Bento"
 
 
